sábado, 27 de abril de 2013

Explorando texturas com as mãos e os pés

É sabido que as crianças pequenas descobrem o mundo por meio de seus corpos. Em tudo querem mexer, saborear, ouvir, cheirar, para assim descobrir sobre aquilo que as rodeia. Pensando na necessidade e na curiosidade das crianças pequenininhas (de 2  a 3 anos) diante das suas sensações corporais, ofereci à elas três materiais distintos para serem explorados com as mãos e também com os pés.

Primeiramente tirei de um grande saco plástico muitas penas pequenas e plumas. Aos poucos fui mostrando para elas como eram macias e leves, e as crianças passaram a experimentá-las em seus corpos.








Fizeram montinhos e também passaram as penas em seus rostos, pernas e braços.

Depois, ofereci a elas uma bacia cheia de manta acrílica, daquela também macia porém, lisa.




Foi outra novidade. Elas mexiam intensamente com as mãos dentro da bacia, sentindo a textura da manta. Propus então que a sentíssemos com nossos pés também, pisando sobre ela. Pra florear um pouco, dizia que esses eram pedacinhos de nuvens que um pássaro amigo tinha trazido para nós.

Por fim, apresentei a elas água em gel. Em formas de bolinhas, esse produto é feito para ser colocado em vasos, decorando-o e hidratando as flores ao mesmo tempo. Essas bolinhas contam com uma textura bastante interessante e diferente para ser trabalhada com crianças pequenas. Elas são lisas, se mexem com bastante facilidade, o que dificulta sua apreensão, e são úmidas.







Mexeram nas bolinhas primeiro com as mãos e depois com os pés. O material se mostrou um verdadeiro sucesso entre os pequenos visto que poderiam passar muito tempo mexendo nelas.

Há inúmeros outros materiais que podem ser trabalhados com este objetivo como lixa, grãos diversos, farinha, pedrinhas, folhas secas ou mesmo tinta para ser pintada com os pés.

Desta vez, como não queria fazer muita sujeira, optei pelos materiais acima. Mas todos os outros são válidos e merecem ser investigados e descobertos em suas sensações pelas crianças.



sábado, 13 de abril de 2013

Pelas Pinturas de Leda Catunda - Atividade I

Após me aproximar dos conceitos e da estética presentes nas obras de Leda Catunda, organizei uma série de atividades para aproximar as crianças da poética da artista.

Resolvi então trabalhar de forma cronológica, seguindo um pouco a ordem que se apresentava no livro Leda Catunda, organizado por Tadeu Chiarelli e editado pela Cosac e Naify. Este livro foi meu principal objeto de pesquisa, seguido por videos e sites.


Na primeira atividade, mostrei as seguintes obras.

 Vedação em rosa, 1983 acrílica sobre toalhas


 Entre o figurativo e o abstrato, 1983 acrílica sobre tapete sintético


 Vedação em quadrinhos, 1983 acrílica sobre toalhas


 detalhe da Vedação em quadrinhos


Onça Pintada II, 1984 acrílica sobre cobertor
Cobertor, 1983 acrílica sobre cobertor

Antes de falar qualquer coisa sobre elas, deixei que as crianças me relatassem o que viam. Houve um encantamento em reconhecer personagens das histórias em quadrinhos que fazem parte do imaginário infantil.
No entanto logo surgiu a dúvida de quem seriam aqueles personagens e do porque a artista os teria escondido.
Também os instiguei a tentarem reconhecer o suporte usado em cada obra.

Depois de suas suposições, apresentei a artista e falei um pouco sobre as obras e seus suportes.

Nestas obras, Leda Catunda trabalhou sobre imagens prontas presentes em cobertores, toalhas e tapetes.
Sua pintura hora realça a imagem como no caso do gato, do cachorro e da onça. Neles, a artista pinta somente aos redor da imagem, preservando-a.

Já nas outras, a pintora estimula o olhar em uma situação de reconhecimento e dúvida. Conheço esses personagens mas quem serão eles na verdade? Ela esconde algumas partes deixando outras a mostra quase como pistas.

A obra Cobertor foi a que mais mexeu com a curiosidade das crianças e se tornou como um segredo: só a artista sabia em era quele personagem!

Depois de observadas as obras propus que pesquisássemos imagens em revistas de forma a coletar as nossas próprias imagens prontas. Usamos como suporte para a colagem das imagens o papel camurça, por ter uma textura mais macia aproximando-o do tecido. 

Em outra aula, após seca a colagem, lembrei como a artista pintava, realçando a imagem ou escondendo-a. E então as crianças pintaram seus trabalhos.




















Foi interessante observar que nesta pesquisa por imagens prontas, a maiorias das crianças acabaram por escolher imagens que seguissem alguma temática como carros, mapas, cavalos, cachorros, pessoas, plantas entre outros. E, apesar de eu não ter dito nada referente a isso, acredito que essa característica tenha conferido certa expressividade aos trabalhos.