Em sua filmografia constam Os três inventores (1980), A Princesa Insensível (1983), Kirikou e a Feiticeira (1998), Príncipes e Princesas (2000), Kirikou e os Animais Selvagens (2005), Azur e Asmar (2006), Dragões e Princesas (2010), Os Contos da Noite (2011), entre outros dos quais ainda não tenho acesso.
Kirikou e a Feiticeira, 1998
Azur e Asmar, 2006
Príncipes e Princesas, 2000
Os Contos da Noite, 2011
Além do prazer puramente estético em assistir suas animações - seja pelas cores fortes, luminosas e constrastantes, seja pela riqueza ostensiva de detalhes, que nos fazem sempre pensar: "Meus Deus, que trabalhoso, que maravilhoso, que bom que isso existe!!" -, as histórias contadas merecem outro mérito.
Em geral, suas histórias provém de narrativas tradicionais de regiões ou comunidades e, o diretor, se mantém fiel a elas, respeitando suas origens. É um verdadeiro pesquisador de histórias.
Somando tudo, tem-se uma exuberância visual unida a lindas histórias.
Os Contos da Noite, 2011
Michel Ocelot nasceu na França em 1943 e aos 6 anos foi morar na Guiné. Segundo o diretor: "Minha feliz criação na Guiné alargou a minha mente. Estive em contato com cinco religiões diferentes. Até os 12 anos, durante a escola, eu era negro; durante as férias de verão, era branco de novo."
Ocelot também se inspira nos "griots", que são poetas e cantadores da cultura africana. "Eu adoro histórias, mas gosto de usá-las do meu jeito. Não adapto. Se existe um autor do conto, considero que está bem feito e não devo mexer nele. Eu como histórias antigas. Alimentado, fico mais forte e uso essa força como quero, até me esquecendo de onde ela veio."
Em 2009 o diretor foi homenageado tanto no Anima Mundi quanto na Mostra de Cinema Infantil, que ocorre em Florianópolis. Inclusive, as falas de Michel Ocelot expostas aqui foram retiradas de entrevistas realizadas pela produção desses eventos.
Seu primeiro filme foi Les 3 Inventeurs, 1980. Ocelot revelou que teve muita dificuldade pois, na época em que foi feito, não haviam escolas de animação. Tudo então foi feito com base na intuição. E vejam que resultado!
Em entrevista com a produção da Mostra de Cinema Infantil lhe foi perguntado: "Como podemos decifrar seu trabalho? Qual o seu objetivos com os filmes?"
Ocelot respondeu:
Me parece que tenho o poder de criar beleza e eu me utilizo disso. Se eu puder trazer minha contribuição, por menor que seja, ao mundo… uma gotinha de óleo que vire mancha… eu vou fazer. Tenho esse poder de trazer beleza e proporcionar prazer; e esse é o meu prazer. Trabalho com pessoas que, assim como eu, são apaixonadas por sua profissão e querem também oferecer algo às pessoas. Por um lado quero proporcionar um momento mágico Não quero encantar vocês não, mas por detrás desse encanto quero se possível trazer algo, uma descontração frente às coisas da vida, uma capacidade de abrir vocês, de não precisar ser tolerante. Não falemos de tolerância, trata-se apenas do prazer de viver, do prazer de conhecer pessoas diferentes. Alguns dizem que meus filmes são panfletos em prol da tolerância. Não é nada disso: eu faço apologia do prazer. E essas diferentes pessoas, comidas e jóias me agradam! O fato de existirem barreiras a se transgredir me agrada e, penso eu, agrada a todos. Acho que podemos nos amar ainda mais por cima dessas barreiras. São essas as pequenas coisas que quero veicular.
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