domingo, 27 de maio de 2012

Educativo 30° Bienal - A iminência das poéticas

Este post foi dedicado ao encontro educativo da 30° Bienal, ocorrido no dia 16/05/12 e coordenado por Stela Barbieri. Dentre tantas coisas vistas e discutidas, colocarei somente algumas, aquelas possíveis de serem transmitidas por um blog. Os encontros do educativo da Bienal são sempre interessantes. Vale a pena participar de um.

O encontro iniciou-se com a seguinte pergunta:

"Uma coisa significa outra coisa quando muda de lugar?"

Esta será a pergunta chave da 30° Bienal e, para aguçar a discussão, foi mostrado este video.


O encontro seguiu com reflexões e discussões até chegar ao tema da relação entre palavras e imagens. Para isso, foi feita um atividade em que cada pessoa desenhava somente uma figura em um pedaço de acetato. Depois, os desenhos eram colocados no projetor, formando novas imagens e narrativas.



Esta ideia foi baseada em um jogo do artista e educador Bruno Munari, que terá um espaço garantido nesta edição da Bienal.

As imagens abaixo, são feitas a partir das imagens do jogo de Munari.



A relação entre imagens e palavras permeará a Bienal. Neste audio, tem as palavras de Stela Barbieri sobre o tema e também, as de Luis Pérez-Oramas, o curador desta Bienal.



palavras e imagens by Mariana Hashimoto

E, para o aprofundamento nesta questão, foi sugerido o video de Cildo Meireles.


terça-feira, 22 de maio de 2012

Tramas, Linhas e Fios - Parte III

Pensando agora nas possibilidades da Linha no espaço, como uma instalação, apresentei às crianças obras de Edith Derdyk e Ângela Bulloch.

Edith Derdyk, Folded Field, 2003

Edith Derdyk, Weaves, 1998

Ângela Bulloch, Disanchanted Florest, 2005

A ideia era que criássemos no pátio da escola uma instalação com linhas.

Considerando o espaço da escola, o número de crianças e a idade deles, acabei optando por fazer uma instalação mais simples. Amarrei o rolo de barbante em uma das colunas do pátio, e cada criança ia tramando uma linha por aquele espaço.


Como resultado tivemos uma trama em que se podia entrar.


 

Foi muito interessante ver como as crianças se relacionavam com aquelas linhas, integrando descobertas, brincadeiras e muito movimento.

Uma outra possibilidade, caso os alunos sejam maiores, é trabalhar com rolos de linha de costura preta (aquelas fininhas). As crianças poderiam criar sozinhas, ou em grupo, uma pequena instalação pelos espaços da escola; tramando e unindo formas, objetos, móveis, ou mesmo, aspectos estruturais da construção.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Tramas, Linhas e Fios - Parte II

Continuando a pesquisa pelas possibilidades da Linha, resolvi fazer com as crianças o bom e velho tear na caixa de sapato.

Para isso, solicitei às crianças que trouxessem fios e fitas para a escola, como aquelas que encontramos em embalagens para presentes e ovos de páscoa. A ideia era que eles não tivessem que comprá-las, mas sim, que pudéssemos usar essas fitas de forma diferente.

Também ofereci algumas tiras de tecidos (TNT mesmo) para que todos tivessem material para trabalhar.


Iniciamos o tear.

Algumas crianças tiveram muita dificuldade e não conseguiram fazer sozinhas. Algumas foram bem rápidas e, a maioria, com o tempo, pegou o jeito.

Toda vez que o pedaço de fita acabava, a criança escolhia outro para uni-las com um nó. Talvez essa tenha sido a parte mais trabalhosa, já que eles não sabiam dar nós.




Os teares foram ficando bem diferentes um dos outros e assumindo personalidades próprias.

Como o trabalho ficou muito frágil, colei cada tear com fita crepe em um papel mais encorpado.



 

E enfim, na exposição dos trabalhos, fiz um varal para colocá-los.


Durante o processo, as crianças não entendiam bem no que aquele trabalho todo ia resultar. Mas, que bom,  ficaram bem contentes quando os viram prontos.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Wolfgang Tillmans - O Corpo da Imagem

Este fim de semana teve um encontro do programa Contatos com a Arte para Professores, promovido pelo MAM-SP.
O tema foi a exposição de Wolfgang Tillmans que está no museu.
Não conhecia o trabalho de Tillmans e então, tudo foi uma grande surpresa. Além de achar os coordenadores do curso muito bons, a exposição é bem interessante, vale a pena dar uma olhada.
Por agora, tentarei colocar em poucas palavras o que apreendi no curso e depois, explicar a atividade prática proposta.



A carreira Tillmans começou com a pintura, seguiu para experimentos com xerox pelo desgaste de imagens e, passou para a fotografia de moda.

Seu trabalho ganhou maior visibilidade em 2008, quando ocupou uma sala especial na Bienal de Veneza.

Apesar de trabalhar com imagens fotográficas, Tillmans não se considera um fotógrafo. Para ele, pouco importa os processos técnicos inerentes à fotografia para gerar uma imagem, o que importa são as imagens. Não há fetiche. Há imagens, e as relações que elas estabelecem entre si.



Desta forma, Tillmans rompe com valores existentes na fotografia (e na arte). Na exposição vemos um grande xerox emoldurado e uma impressão de altíssima qualidade, no melhor tipo de papel, exposto a luz e pendurado com pequenos grampos na parede do museu.

Por esta mesma linha de pensamento, surgem as dobras. Tillmans faz a atenção se voltar para o "objeto" fotográfico. Traz a consciência do papel, fazendo a fotografia dialogar com o espaço.


Há imagens grandes, pequenas, em lugares inusitados e inclusive, a repetição de uma mesma imagem.

Tillmans inovou na forma de pensar uma exposição. Cada exposição é única, assumindo um pensamento de site specific. A obra de Tillmans é o espaço expositivo, como se cada imagem fosse uma peça que, só faz sentido dentro do todo.

Para saber mais visite o site www.tillmans.co.uk e vá na exposição.

ATIVIDADE PRÁTICA

A atividade prática proposta focou dois aspectos da obra de Tillmans: o desgaste das imagens pelo xerox e a busca pela tridimensionalidade da imagem.

Na sala haviam três retroprojetores, sendo um deles um projetor de sólidos, e diversos materiais como tecidos, papéis, potes, lanternas, flores e fotografias que haviam sido desgastadas pelo xerox e impressas, tanto em papel comum como em transparência. Essas fotografias foram solicitadas aos participantes e foram enviadas por email antes do curso.

A ideia era que produzíssemos imagens pela projeção dos objetos, tendo o desgaste como caracteristica estética e buscando as dobras, o corpo da imagem. Segue algumas imagens realizadas no encontro.




 E as fotografias desgastadas pelo xerox.



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Tramas, Linhas e Fios - Parte I

Tramas, Linhas e Fios foi o nome que me veio à cabeça quando eu planejava as aulas de artes para as crianças de 5 anos.

Queria trabalhar com um aspecto básico das artes visuais, ou seja, a linha.

No entanto, queria levar esta linha para o espaço, desvinculando-a do papel.

 

Nesta primeira experiência, denominada pelas crianças de "rampas", elas foram reconhecendo nas tiras de papel a possibilidade de criação de relevos.

Ofereci para elas tiras de papel de variadas espessuras, duréx coloridos e um pedaço de papel cartão.






As crianças ficaram bem animadas com a atividade, e o resultado, bem interessante.





Quando fiz esta atividade, usei somente o papel color set.

Hoje em dia, penso que valeria a pena ter variado os tipos de papéis. Neste caso, a atividade poderia ter se transformado em uma pesquisa bacana sobre o comportamento dos diferentes papéis, sendo uns mais duros ou mais molengas e etc.

O resultado final então, poderia se tornar um rico aprendizado sobre papéis. Fica a dica!


sábado, 5 de maio de 2012

Blocos Gigantes

Quando minha sogra mudou de casa, me deparei com um monte de caixas de papelão, enormes, e de diferentes formatos.

Já havia feito algumas experiências com caixas com as crianças e elas sempre deram muito certo. Não sei porque, mas crianças adoram grandes caixas de papelão.

Foi então que decidi usar aquelas caixas como blocos de montar.

Fechei as caixas com fita e, aos poucos, as turmas as foram pintando. Cada uma de uma cor.

Na hora de pintá-las tentei variar os tipos de instrumentos oferencendo rolinhos, esponjas, escovas de dente, brochinhas.

Na aula seguinte, com as caixas devidamente coloridas, a proposta era montarmos coisas gigantes como castelos, torres, trens, casas, cavernas, aviões entre inúmeras outras coisas.

As primeiras turmas foram tímidas. Acredito que isso ocorreu porque eu mesma não sabia ao certo aonde aquilo ia dar. Mas, aos poucos, fui me familiarizando com aquelas caixas e então tudo se mostrou surpreendente.




As crianças chegaram a suar, tamanho o envolvimento em montar, deslocar e criar com aquelas caixas.

Com os menorzinhos, eu mesma ia montando as caixas de diferentes formas, enquanto eles exploravam as estruturas que se formavam.

Já com os maiores eu só ajudava aonde eles não alcançavam, deixando-os livres para criarem suas próprias composições.




Por fim, as caixas foram tão bem sucedidas que as professoras de sala voltaram a usá-las em outros momentos.

O único inconveniente é saber aonde guardar!





sexta-feira, 4 de maio de 2012

Baby Art

O livro Baby Art de Anna Marie Holm é quase uma bíblia para quem deseja trabalhar arte com crianças pequenas.



Além da autora ser inspiradora em suas ideias, ela expressa neste livro todo um jeito de pensar a relação da criança com a arte.
De tudo o que o livro oferece, o que mais gosto são essas anotações.



De forma concisa, ela orienta, conceitua, justifica e ainda dá toda a liberdade para criar. Muito bom!